Fabricado durante mais de duas décadas, o Chevrolet Opala tornou-se símbolo de longevidade no mercado brasileiro. Em sua longa trajetória, o primeiro modelo de passeio da GMB foi sendo atualizado, sem perder as características originais. Conquistou também, nesse período, um público cativo e bastante fiel.
Desde o início da década de 60, apesar do ambiente pouco estimulante a novos investimentos, a General Motors do Brasil vinha estudando a possibilidade de produzir o carro de passageiros, aproveitando a experiência obtida com os utilitários. Assim, nasceu o projeto número 6761, com base no Opel Record "C", produzido na Alemanha, que passou às pranchetas em 1966. Ao longo de quase três anos de trabalho, uma grande equipe de projetistas, engenheiros e técnicos definiu o protótipo, dando-lhe forma e estilo. Depois de testes exaustivos de desempenho dos componentes e de resistência estrutural do conjunto - que apresentava a originalidade do chassis de tipo monobloco em vez de longarinas -, o automóvel foi oficialmente apresentado ao público em 19 de novembro de 1968. O primeiro veículo de passeio projetado e construído pela GMB, o Chevrolet Opala, era um automóvel de porte médio destinado às classes A e B, perfeitamente adequado às condições gerais de pavimentação, clima e topografia encontradas no país.
Apresentando carroceria de quatro portas, o Opala era disponível com motor de 4 cilindros (2.500 cc) e 6 cilindros (3.800 cc), em duas versões de acabamento. A transmissão de três marchas tinha alavanca na coluna de direção, e o habitáculo oferecia espaço para seis pessoas. O Opala iniciava, então, uma história de sucesso. No final de 1970, nova grade dianteira, e o lançamento da versão SS, com motor de 6 cilindros e 4.100 cc, cambio de 4 marchas com alavanca no assoalho, rodas esportivas e faixas decorativas na pintura. As demais versões da linha 1971 eram Especial, Luxo e Gran Luxo.
A presença do Opala no mercado ficaria ainda mais forte a partir de agosto de 1971, com o surgimento do coupe, de traseira "fastback" e sem colunas laterais. A versão SS passou então a ser exclusiva dos coupe. No modelo 1973, foi redesenhada a grade dianteira, e no ano seguinte veio a opção de transmissão automática. Ainda em 1974, já haviam sido fabricados 300 mil Opalas. Maiores mudanças apareceram na linha 75, com a frente e traseira totalmente reestilizada. Chegou também ao mercado a perua Caravan, e foi lançado ainda o Comodoro, versão mais luxuosa. Nos anos seguintes, poucas modificações na linha Opala, tendo a Caravan recebido a versão esportiva SS em 1978.
Maiores inovações
Para 1980, o Opala incorporou as maiores inovações de estilo em sua carreira, com nova frente e traseira, trazendo faróis retangulares e lanternas envolventes. Foi lançado o Diplomata, versão top, com itens de requinte e conforto, com direção hidráulica e ar-condicionado de série. No segundo semestre de 1980, foi iniciada a venda com motor a álcool de 4 cilindros, e na linha 81 a "família" Opala recebeu painel de instrumentos totalmente redesenhado. Em 82, a disponibilidade do câmbio de 5 marchas para o motor de 4 cilindros.
Na linha 85, nova grade dianteira, maçanetas externas das portas redesenhadas (embutidas), e opcionalmente motor de 6 cilindros a álcool. Naquele ano, a Caravan ganhou também a versão Diplomata. Em 1988, outras pequenas inovações contemplaram a linha, como grade dianteira, faróis de formato trapezoidal, novas lanternas traseiras e volante redesenhado, com regulagem de altura em sete posições. Na mecânica, a opção da nova transmissão automática de 4 velocidades. Em meados de 1988, deixou de ser fabricado o Opala coupe. O veterano produto estava completando 20 anos no mercado, e na versão mais sofisticada era o preferido por executivos e políticos. Um segmento que favoreceu as vendas do Diplomata desde o fim da produção do Ford Landau, em fevereiro de 1983.
Últimos retoques
Os últimos retoques de estilo vieram no modelo 1991, com para-choques envolventes, espelhos retrovisores redesenhados e portas dianteiras sem quebra-vento nas versões de quatro portas. O Diplomata ganhou direção hidráulica de rigidez progressiva (Servotronic) e freio a disco nas quatro rodas. Mas a longa viagem do Opala no mercado já estava próxima do fim. O modelo 1992 recebeu bancos com apoio de cabeça "vazados", e transmissão manual de 5 velocidades para o motor de 6 cilindros.
No dia 16 de abril de 1992, uma Quinta-feira da Semana Santa, uma solenidade foi realizada na fábrica de São Caetano do Sul, em São Paulo. Por volta das 14 horas, deixou a linha de montagem o Opala de número um milhão. Na ocasião, porém, o modelo também despediu-se de seu público, para sempre. Foi o último exemplar produzido, representando o fim de uma Era. Aperfeiçoado em regulares e freqüentes intervalos de tempo, o Opala refletiu o próprio desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil, nesses 23 anos em que esteve em linha. A milionésima (e última) unidade fabricada – um Diplomata vermelho perolizado com estofamento em couro – está sendo preservada para a posteridade pela GMB, devendo compor o acervo do Museu da empresa.
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